Mortificação
Minha alma lateja, calejada como mãos de quem ara a terra.
Minha cabeça explode, como bombas na síria.
Meu corpo parece estar sendo fatiado por uma serra.
Meu coração entristecendo-se, sem controle como eu nunca queria.
Sentado em rochas mortificadas numa praia deserta.
Calando-se na noite, do silêncio de psicanálises reversas.
Cores que se perdem, abraço que me aperta.
Dor na minha alma, embaraçada nas controversas.
Mortificação, notoriedade, cansaço em lutar e cair de verdade.
Como barco a deriva, sem rumo ou piedade.
Pirateando no panteão da sabedoria e não da vaidade.
Escopos de um sábio, envelhecido pelo mundo.
Tornando-se notório, um velho homem moribundo.
Doente da cabeça, do corpo e do coração.
Sem rumo, sem verdade, às vezes sem noção.
Caia chuva, caia névoa, neblina de poeira.
Escombros e entulhos, que enterram meus sonhos.
Vêm ventanias, caia folhas e pedras de cachoeira.
Leva me , por outro grau da sabedoria verdadeira.
Mortifica minha língua, mas não consuma meus pensamentos.
Transforme a minha vida, mas não me prive dos bons momentos.
Não me conceda na morte o desprazer,
De viver deliberadamente sem poder ter acesso ao saber.
Não deixe me mortificado, trêmulo e parado, sem ter a reação,
Que fui acionado pela rosa em cruz, de uma nova purificação.
Deixe-me na luz e arranca-me da escuridão, desta fria mortificação.
Autor: Fabiano Marcelino Soares
Criado em 04/04/2017
Poema inspirado em filosofia e sentimentos controversos da humanidade, em decorrência do entendimento e compreensão do universo.